Le Mariage aux Lanternes – Ópera – 5 junho

Depois de Cartas a Jovens Poetas, apresentado em janeiro, o Atelier de Ópera da ESART aborda agora um estilo completamente diferente, trazendo uma opereta de Offenbach.
Em contexto educativo, as operetas, nomeadamente a opereta francesa, oferece-se como um extenso campo de trabalho. O seu forte cunho teatral, a sua transparência e simplicidade musical (aparente), a abundância de papéis que  cuja exigência vocal é, de algum modo, comedida (pensada muitas vezes para actores/cantores) torna-a num espaço propício ao foco no trabalho teatral, interpretativo e à abordagem de um registo de comédia, fundamental no crescimento artístico de qualquer cantor/actor em formação.
A isto junta-se o poder dos génios musicais de compositores como Offenbach ou Chabrier e libretistas como Halevy (também ele compositor), Barbier, Carré ou do próprio Júlio Verne.
O universo da opereta francesa é imenso, variado e surpreendente, pela linguagem, dimensão ou temáticas. Os primeiros a surpreender-se são sempre os intérpretes que, a cada passo, mergulham num lugar ora mágico, ora extravagante, ora poético. Essa surpresa não deve perder-se. Deve, antes, acentuar-se no que é entregue ao espectador, fazendo jus ao poder da opereta enquanto lugar enigmático, inesperado, inaudito, porque não, incompreensível e simultaneamente, um lugar de reencontro com o incompreendido que cada um carrega consigo. Era talvez isto o que mais fascinava Eça de Queirós, mente fervilhante e fervoroso adepto das operetas de Offenbach.
Viva Offenbach.